Sindicato dos tripulantes de cabine prevê "adesão muito grande"

O Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC), que representa os tripulantes de cabine, prevê uma "adesão muito grande" à greve geral de quinta-feira, disse à Lusa o presidente da estrutura.
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"A greve deverá ter uma adesão muito grande", afirmou à Lusa Luís Parente, explicando que, sem tripulantes de cabine, os aviões podem descolar mas sem passageiros. O sindicalista disse que a paralisação visa contestar as medidas de austeridade que constam do Orçamento do Estado para 2012, bem como as situações vividas em várias companhias aéreas. Em causa estão, segundo o sindicalista, as situações das transportadoras TAP, PGA, SATA Internacional, SATA Açores e White.

O sindicato, filiado na UGT, considera a privatização da TAP um "erro estratégico por parte do Governo", afirmando que "bastaria a efetivação da venda da Groundforce e da VEM Manutenção Brasil, para que em quatro anos a empresa passasse de uma situação de capitais próprios negativos para uma situação de lucro consolidado e com pagamento de dividendos ao acionista Estado". Quanto à PGA, o SNPVAC contesta o facto de a situação da companhia não ter sido abordada no âmbito do processo negocial de privatização da TAP.

"Precisamos de saber qual será o futuro da PGA. Será para privatizar, para fechar, para vender com a TAP ou separadamente?", disse o presidente do sindicato. No que respeita à SATA Internacional, o SNPVAC afirma que a empresa "está neste momento a ser alvo de uma deslocalização de aviões de Lisboa para Ponta Delgada, o que terá como consequência um futuro incerto para os tripulantes de cabine". Na SATA Açores, "com eleições regionais, ninguém sabe muito bem qual vai ser o futuro da empresa", enquanto a a White "praticamente não voa", disse Luís Parente.

Na TAP serão realizados quatro voos de serviços mínimos, na SATA Internacional dois voos e na SATA Açores 10 voos. O SNPVAC tem cerca de 3.000 associados. A greve geral de quinta-feira foi convocada pelas centrais sindicais CGTP e UGT depois de o Governo ter anunciado novas medidas de austeridade, nomeadamente a suspensão dos subsídios de férias e de Natal na função pública, assim como o aumento do tempo de trabalho no setor privado.

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